
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) autorizou a abertura de sete investigações criminais contra o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), atendendo a um pedido feito pelo Ministério Público do Estado (MP-AM). As apurações envolvem viagens internacionais suspeitas, contratos com indícios de favorecimento a familiares e pagamentos irregulares a empresas com vínculos políticos.
A decisão do TJAM permite que o MP-AM aprofunde as investigações, que estavam paradas há mais de um ano aguardando autorização judicial por causa do foro privilegiado do prefeito. Entre os pontos investigados estão as viagens de David Almeida ao Caribe, durante o Carnaval, supostamente custeadas por empresários com contratos na Prefeitura, e contratos milionários firmados com empresas ligadas a aliados e parentes próximos.
Se o MP-AM comprovar as acusações, as consequências para o prefeito podem ser graves em várias esferas penal, civil e política.
No campo criminal, David Almeida pode responder por peculato, corrupção passiva e fraude em licitação, crimes que somados podem ultrapassar 20 anos de prisão. Caso seja condenado, ele pode ainda perder o cargo público e ficar inelegível por até oito anos, dependendo da decisão final da Justiça.
Na esfera civil, uma eventual ação por improbidade administrativa pode resultar em ressarcimento ao erário, bloqueio de bens, multa, suspensão dos direitos políticos e perda da função pública. Essas medidas podem ser determinadas inclusive de forma cautelar, antes da condenação definitiva, se houver indícios de que o prefeito tenta interferir nas investigações.
Politicamente, a situação tende a se agravar. A Câmara Municipal pode ser pressionada a abrir um processo de cassação por crime de responsabilidade, caso as provas apontem envolvimento direto em irregularidades. O caso também fragiliza a imagem de David Almeida, podendo gerar isolamento político, rompimento de alianças e bloqueio de recursos federais e estaduais.
Se forem confirmadas fraudes em contratos públicos, os acordos firmados pela Prefeitura podem ser anulados, e as empresas envolvidas poderão ser impedidas de contratar com o poder público.
Com a autorização das investigações, o Ministério Público deve agora pedir quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico, ouvir testemunhas e reunir provas sobre os contratos suspeitos. Se houver elementos suficientes, será apresentada uma denúncia formal ao Tribunal de Justiça, que decidirá se o prefeito se tornará réu em ação penal.
Enquanto isso, David Almeida nega todas as acusações, afirmando que suas viagens e contratos seguem “dentro da legalidade”.
A abertura de sete inquéritos simultâneos representa um novo capítulo de crise e desgaste político para o prefeito, que pode ver seu mandato ameaçado caso o MP-AM consiga comprovar as denúncias.
Mas há também um aspecto simbólico que chama atenção. O número 7, tão presente na religiosidade popular e na “fé do 7º dia” professada publicamente por David Almeida, surge novamente de forma curiosa: sete investigações criminais autorizadas contra ele pelo TJAM.
Para quem acredita em sinais, o fato de exatamente sete inquéritos terem sido abertos parece mais do que coincidência. Pode ser visto como um alerta divino, um chamado à reflexão sobre poder, fé e coerência entre discurso e prática.
O número 7 carrega forte significado na tradição bíblica: representa perfeição, completude e juízo. É citado em diversos contextos espirituais os sete dias da criação, as sete trombetas do Apocalipse, os sete selos e as sete igrejas. Muitos enxergam nele o limite entre a paciência divina e o momento do julgamento.
Assim, para além do aspecto jurídico, há quem veja na abertura dessas sete investigações simultâneas uma mensagem simbólica, um espelho da trajetória de um gestor que construiu parte de sua imagem pública com base na fé.
Coincidência ou sinal divino, o fato é que o “número 7” reaparece na vida política de David Almeida em um momento delicado, em que sua gestão e conduta estão sendo colocadas à prova não apenas nos tribunais da Justiça, mas também no tribunal moral e espiritual da opinião pública.










