
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) volta ao centro de uma das maiores controvérsias do setor elétrico nacional. Ex-ministro de Minas e Energia no governo Dilma Rousseff (PT), Braga é novamente cobrado por reajustes abusivos, erros administrativos bilionários e suposto favorecimento a grandes grupos empresariais, entre eles os irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F Investimentos os mesmos da JBS.
Durante sua gestão no ministério, entre 2015 e 2016, o preço da energia elétrica no Brasil disparou. Em outubro de 2015, Braga autorizou um reajuste de 39% na conta da Amazonas Energia, o maior aumento de uma só vez na história do estado. O aumento afetou diretamente milhares de famílias amazonenses e consolidou sua imagem como o “vilão da conta de luz”.
Segundo dados do setor, entre 2011 e 2021 o custo médio da energia no país subiu 82%, sendo que mais de 66% desse salto ocorreu durante a gestão de Braga. A atuação do então ministro foi marcada por decisões que beneficiaram concessionárias, enquanto o consumidor arcava com o peso das tarifas mais caras do mundo.
Além dos aumentos, a gestão de Braga foi responsável por um erro de cálculo de R$ 1,8 bilhão, apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que resultou em uma cobrança indevida nas contas de luz. O órgão concluiu que o ministério chefiado por Braga foi omisso ao não comunicar o erro à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não tomou medidas para impedir o prejuízo. Até hoje, os consumidores não foram ressarcidos.
O caso ganhou ainda mais força quando, em 2021, uma campanha de outdoors espalhada em Manaus expôs o aumento e associou o nome de Braga ao encarecimento da energia. O senador tentou censurar judicialmente as peças, mas a Justiça negou o pedido, reforçando o desgaste político que o acompanha desde então.
Agora, uma nova polêmica reacende o debate sobre o papel de Braga no setor energético: ele é acusado de favorecer os irmãos Batista e outros empresários do setor do gás por meio de medidas e relatórios no Senado e no Ministério que beneficiariam usinas térmicas privadas ligadas a esses grupos.
Reportagens nacionais indicam que, durante e após sua gestão, Braga defendeu regras que garantem contratos e subsídios para térmicas a gás, especialmente no Amazonas, repassando custos para o consumidor.
Essas articulações envolveriam o grupo J&F Investimentos (dos irmãos Batista) e empresários ligados ao setor de energia e gás, como Carlos Suarez, com negócios em distribuidoras e geradoras do Norte.
Braga nega qualquer irregularidade e diz que as acusações têm caráter político, mas o episódio reforça a percepção de que o sistema energético brasileiro foi manipulado para favorecer poucos e penalizar milhões de consumidores.
Enquanto o senador tenta reconstruir sua imagem pública, o povo amazonense continua pagando caro pela energia, e a lembrança dos aumentos de 2015 segue viva nas faturas mensais.
Para muitos, Eduardo Braga simboliza a distância entre o discurso político e a realidade do trabalhador, que sente no bolso as consequências de decisões tomadas em Brasília para atender grandes grupos econômicos.
Veja: o Vídeo do Senador tentando se explicar.










